25 agosto 2015

Resenha: Claros Sinais de Loucura


   Sinopse: Você nunca conheceu ninguém como Sarah Nelson. Enquanto a maioria dos amigos adora Harry Potter, ela passa o tempo escrevendo cartas para Atticus Finch, o advogado de O sol é para todos. Coleciona palavras-problema em um diário, tem uma planta como melhor amiga e vive tentando achar em si mesma sinais de que está ficando louca. Não é à toa: a mãe tentou afogá-la e ao irmão quando eles tinham apenas dois anos, e desde então mora em uma instituição psiquiátrica. O pai, professor, tornou-se alcoólatra. Fugindo da notoriedade do crime, ele e Sarah já se mudaram de diversas cidades, e a menina jamais se sentiu em casa em nenhuma delas. Com a chegada do verão em que completa doze anos, ela está cada vez mais apreensiva. Sente falta de um pai mais presente e das experiências que não viveu com a mãe, já se acha grande demais para passar as férias na casa dos avós, está preocupada com a árvore genealógica que fará na escola e ansiosa pelo primeiro beijo de língua que ainda não aconteceu. Mas a vida não pode ser só de preocupações, e, entre uma descoberta e outra, Sarah vai perceber que seu verão tem tudo para ser muito mais. Bem como seu futuro.

RESENHA
   Imagine que você tem apenas dois anos quando sua mãe tenta te matar após matar o seu irmão gêmeo afogado. E mesmo passados dez anos, a mídia ainda trata tão fervorosamente esse assunto que você sente os efeitos negativos e tem sua vida “arruinada” por isso. Esse é um trauma  difícil de conviver no dia-a-dia...
   E Sarah Nelson é essa pessoa, a criança que já mudou tantas vezes para esconder seu passado cujo único vínculo com qualquer coisa estável que tem é com uma planta, sua melhor amiga. Além de ser viciada em dicionários e se divertir com os significados das palavras, ela não larga de seu exemplar de O Sol é Para Todos e mantém um caderno onde escreve seus pensamentos frequentemente em forma de cartas para um personagem desse livro, Atticus Finch.
   O pai da menina, Tom, leva uma vida de angustia e muito álcool depois de ver sua mulher enlouquecer e perder um filho. E agora com sua filha aos doze anos ele não está apto e nem presente para ser o pai que a menina precisa, e ela começa a perceber isso.
   Em meio a tantos segredos, Sarah é como qualquer outra criança que está enfrentando as dificuldades de adaptação nessa idade e com uma visão infantil acompanhamos o que uma criança pensa e reage sobre esse drama pelo qual viveu e sobre as expectativas do que ainda está por vir.


   Essa história poderia ser vista como se fosse uma criança nos contando o mundo fantástico e mirabolante em que vive... Sobre o mágico primeiro amor e como ele é um conto de fadas, sobre como tudo é fácil e os problemas poderiam ser resolvidos apenas com um estalar de dedos... Mas não é assim quando se tem um passado igual ao de Sarah.

   Enredo...
   De uma maneira geral, o enredo da história inteira é calmo e sem clímax, mas justamente essa calmaria é responsável pela história ser boa. Lógico que temos cenas chocantes e sentimentos fortes conforme a leitura, mas não é algo que você já não tenha visto antes.
   A história começa e vai te instigando aos poucos, vai te prendendo e te cativando conforme Sarah vai amadurecendo e tendo essa transição da infância à pré-adolescência, e mesmo o leitor sendo bem mais velho do que ela, também sente o que ela está sentindo e se identifica em determinados momentos.

   Personagens...
   É incrível como a autora criou seus personagens e deu a cada um deles uma personalidade única. Por ser infantil, é um livro que retrata bem as diversas facetas humanas e traz a tona problemas sérios e os faz parecerem monstros de sete cabeças prontos para te atacar. E o melhor ainda é ter uma história tão intensa e problemática vista pelos olhos de uma menina de doze anos, porque isso faz você refletir na inocência de uma criança a ponto de comparar uma mãe internada numa clínica psiquiátrica entre trabalhos escolares do qual está morrendo de medo em apresentá-lo, e isso foi um ótimo ponto positivo pro livro.

    Escrita...
   Nunca tinha lido nada da autora, mas de primeira Karen Harrington me prendeu e não me fez largar o livro até saber o desfecho final de sua história. Nesse livro, valorizei muito a capacidade que ela teve em escrever tão levemente a visão de uma criança e sua concepção das coisas ao seu redor e dos momentos difíceis pelos quais já passou.

   Em geral, é um livro que agrada e prende o leitor em todas as suas páginas. Fiquei em dúvida sobre a pontuação desse livro, mas por fim resolvi que ele merece sim 4 diários.

Até a próxima Ledores!

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