29 junho 2017

Resenha: Por Lugares Incríveis


   Theodore Finch pode ter todos os defeitos que um adolescente deslocado pode ter: ele é uma aberração nos olhos dos alunos, tem uma lista de amigos que dá para contar nos dedos e lida com as dificuldades assumindo uma personalidade a cada dia, ignorando qualquer tipo de rótulos o persegue... Mas foram seus defeitos que acabaram salvaranddo Violet, quando a encontra na torre do sino da escola prestes a pular.
   Ninguém jamais imaginaria quais as intenções de Violet lá em cima, por isso Finch a deixa se passar por heroína quando o assunto da torre circula pela escola. Ela é linda, popular e tem tudo o que uma adolescente gostaria de ter, inclusive uma revista online bastante conhecida que dividia com sua irmã. 
   A vida de Violet mudou e ela passou a conviver com a culpa, não se permitindo ser feliz por causa do acidente de carro que tirou a vida de sua irmã, Eleanor. Abandonou a revista, nunca mais dirigiu ou entrou em um carro e deixou de ser líder de torcida.
   Ele a escolhe para ser sua dupla em um trabalho de geografia onde a tarefa é andar e visitar pontos turísticos dentro do estado onde moram - na Indiana - com intuito da escola mostrar aos alunos que não precisam viajar por milhas de quilômetros para conhecerem lugares incríveis...
   Com essas andanças eles vão se conhecendo pouco a pouco e percebendo que não são únicos, pois pensam e sentem-se da mesma forma. Um sentimento de amizade e amor começam a esquentar lentamente seus corações frios e quebrados até se entregarem um ao outro. A menina que perdeu as esperanças encontra a vontade de viver no menino depressivo que quer se suicidar. 
   Os dois tinham vidas completamente diferentes antes de se encontrarem naquela torre, mas vêem um no outro a oportunidade de conhecer alguém que se sente da mesma forma.


   Jennifer Niver me conquistou logo no primeiro contato que tive com sua escrita. O livro começou com uma história bobinha e saturada, mas conseguiu tornar-se uma das minhas histórias preferidas das tantas que já conheci na vida.
   O enredo e o desenvolvimento da história não é completo de clichês como aparenta ser. O relacionamento da menina popular entre o esquisito da turma já está cansativo, sabemos disso, mas no livro, a relutância da menina ao admitir sentimentos pelo esquisitão é bem mais construída e não acontece de uma hora pra outra. Vemos a relação de afeto nascer conforme as páginas, e vai sendo construído pelas minimas atitudes, diálogos e momentos.
   A narrativa é alternada de acordo com os capítulos, hora narrados por Finch e hora por Violet. Percebemos o ar poético e depressivo quando ele narra, a autora consegue passar a confusão mental e as dúvidas que ele tem sobre a sua importância pro mundo. Violet ganha nossos corações pelo amadurecimento do começo ao final, nos fazendo identificar com ela pois conseguimos compreender seus pensamentos e sentimentos.
   Não se engane pela aparência do livro e por estar dentro do gênero jovem-adulto, esse livro tem seus romances e seus clichês, mas sua densidade abrange algo a mais. Aborda agressão familiar, a falta de atenção dos pais e o principal: é brilhante como o livro trata e faz a reflexão do suicídio nos mostrando quem realmente é a vítima.

Até a próxima Ledores!

24 maio 2017

Filme: Her (2013)

  Theodore trabalha em uma empresa onde escreve cartas para seus clientes de acordo com seus desejos. Ele vive sozinho apenas com a lembrança de sua ex-mulher e da história maravilhosa que viveram juntos. Essas lembranças o impedem de assinar os papéis do divórcio, mesmo após quase um ano vivendo separados. 
  Ele recebe a oportunidade de poder sair um pouco da infelicidade que vive quando contrata os serviços de um sistema operacional de inteligência artificial com propósito de simular a companhia humana através de comandos de voz.
   Cada dia mais fascinado com Samantha - a voz por trás do programa - ele percebe que apesar de morar dentro de uma máquina, seus diálogos o fazem acreditar que ela tem sentimentos e mesmo que muito diferentes, são tão reais quanto os seus. É inevitável apaixonar-se por ela, já que somente com ela pode encontrar alguém que sempre procurou, alguém que valoriza a vida e que saiba apreciar o mundo. 


   Her foi lançado em 2013 e teve um grande desempenho cinematográfico. Esse filme trata de uma relação sentimental entre um humano e uma máquina. O personagem se apaixona pelo intelectual do qual nunca conheceu, e por não ter um corpo físico, ele sente-se livre para imaginar Samantha como bem preferir. Gostei muito de ver essa inocência do amor em um filme de inteligência artificial, retratando bastante o lado positivo da tecnologia para nós. Ao contrário de histórias distópicas, aqui temos a tecnologia ao nosso favor.
   A fotografia do filme é impecável assim como sua trilha sonora, combinando perfeitamente com a interpretação do elenco, e por falar em elenco, Joaquin Phoenix trouxe uma atuação maravilhosa quando percebemos que a maioria dos planos de cenas eram somente seus solos e sem muitos cortes de câmeras. Aplausos também para Scarlett Johanson que mesmo só emprestando a voz a Samantha honrou muito bem o trabalho.
   Sem efeitos especiais gastos com guerras, lutas e máquinas inteligentes, o filme cumpre muito bem o seu papel dentro do gênero, retratando a inteligência artificial de uma forma original e sincera.


Até a próxima Ledores!

17 maio 2017

Filme: Dois Virgens na América (2017)

   Dois adolescentes chegam ao seu último dia na América ainda virgem e não admitem que vão sair do país sem terem transado pela primeira vez com uma garota. O garotão popular da escola dará uma festa de despedida e os dois só poderão ir se levarem duas garotas gostosas como acompanhantes. Eles não fazem a mínima ideia de como arrumarão duas gatas, por isso baixam um aplicativo de encontro duplo às cegas. 
   Em uma lanchonete de quinta categoria e frequentada pela terceira idade encontram a garota com quem marcaram o encontro fingindo serem ricos e cheios da grana. Caindo em um golpe, eles são sequestrados por um homem de 37 anos que ainda mora com a mãe e os esconde no porão de casa. 


   Mais um desperdício de investimento de produção pro cinema. O roteiro é fraco as comédias são extremamente forçadas, tirando qualquer aspecto que poderia ser engraçado. Os assuntos são tratados intencionalmente com muita futilidade para fazer parte da comédia tosca e abusiva. 
   É nítido que o filme teve um investimento razoável pela quantidade de cenários e por serem bem feitos, mas a técnica não salva o filme do clichê americano que ele foi. 
   Longe de ser uma mega produção cinematográfica, em "Dois Virgens na América" você vai encontrar uma tentativa desesperada de fazer um filme acontecer pela sua bizarrice e futilidade.
   O filme não acrescenta em nada ao universo cinematográfico e poderia passar despercebido em qualquer tipo de indicação por ser igual a tudo que já vimos antes.

Até a próxima Ledores!

11 abril 2017

Série: Black Mirror

   Passei três finais de semana vendo as três temporadas lançadas até então, e cheguei a conclusão que: estou viciado em Black Mirror. Além da série ter me conquistado sem eu ter criado nenhuma expectativa, ela passou a ser uma das preferidas de todas as que já assisti na vida.
   Ela é do tipo de série que mais prende a atenção: bagunça todo o psicológico e ainda no final deixa um grande ponto de interrogação. Esse gênero de série é bastante conhecido e chamado como "nonsense", em português "sem sentido", que literalmente é sem sentido, bizarro e contra a lógica.
   Todos os episódios me chocaram e me deram vários motivos para falar deles aqui. Alguns realmente não consegui entender, mas como o objetivo era listar apenas alguns dentre eles, tive que me esforçar um pouco para escolhê-los.
   A série tem como sinopse principal uma sociedade com grande avanço tecnológico e o impacto que essa tecnologia tem em temas cotidianos e nas relações humanas.
   Cada episódio tem seu próprio mundo com uma história completa: começo, meio e fim, ou seja, é uma antologia. Essa é a série perfeita pra quem não se compromete em ver uma serie porque sabe que não vai conseguir acompanhar. Não precisa se preocupar, você pode começar pela segunda temporada, voltar pra primeira, ir pra terceira... Enfim, você quem escolhe quais episódios ver.


   
   A realidade é paralela da que vivemos e muito mais próxima do que imaginamos!
   Sim! Muitas das tecnologias apresentadas na serie já estão em meio a nossa realidade, desfigurando o padrão do gênero fantasioso. A serie tem aquela sensação apocalíptica que fica ainda mais assustadora quando a nos damos conta da proximidade que essa realidade está. 
  
   A brutalidade e bizarrice do episódio "The National Anthem" (S01E01)
   Os melhores adjetivos que encontrei pra descrever esse episodio foram: confusão e ironia. Este foi um dos episódios do qual não consegui absorver muita informação por conta de ter ficado muito confuso e sem saber o que pensar, mas com certeza consegui absorver a enorme ironia que o episodio é.

   A ambiciosidade da tecnologia em "The Entire History of You" (S01E03)
   Nessa visão sobre um futuro próximo, as pessoas tem dispositivos de gravação e reprodução acopladas em seus olhos e gravam tudo o que vêem e podem  executar a qualquer hora que quiserem. Tudo fica acessível, cada segundo do qual você já presenciou foi gravado e pode ser reproduzido e exibido. A filosofia do episodio beira tenuemente a linha do equilíbrio, podendo perder o controle de qualquer situação em questões de segundos, já que quando todos os momentos ficam acessíveis, pessoas poderão usá-los de acordo com seus interesses. O episódio põe em questão a importância da presença física, já que a memoria reproduzida pode ser tão real a ponto da substituição sentimental.

   A perturbação de "White Bear" (S02E02), "Playtest" (S03E02) e "Shut Up and Dance" (S03E03) 
   Quando a intenção do episódio é perturbar quem assiste, esses três episódios chegam ao ápice do terror psicológico. Isso porque, a sagacidade do mistério é tanto, que a tensão dos episódios choca o público lentamente, de minuto a minuto. Fica agonizante acompanhar o sofrimento dos personagens e não poder fazer nada.

   A grandeza do episódio "Nosedive" (S03E01)
   Nele, as pessoas podem ser avaliadas e as notas (que podem chegar até 5) é quem determinará no meio social se a pessoa será respeitada, admirada ou humilhada. Esse episodio é o que mais se aproxima da nossa realidade, o que contrapõe a nossa fome por visualizações e curtidas, vivendo somente para um mundo virtual, ultrapassando nossos limites por números para ter aprovação social.


15 março 2017

Resenha: Royal 47

   Em “Verme!“ o leitor se conecta com Rino de uma forma madura e produtiva. O personagem sai do livro, te chama para tomar um café e trás longas conversas reflexivas para você quebrar a cabeça.
   Mas como ele se tornou esse personagem literário que você se identifica com suas características e que te faz abrir os olhos sobre alguns aspectos do cotidiano? É isso o que vamos ver em Royal 47.
   Aqui temos um Rino mais infantil e debochado sobre a sociedade, que não se importa com a questão de ética literária e escreve o que pensa sem titubear. O foco principal do livro é nos mostrar a “transição” de Rino para uma nova vida, já que seu irmão acaba de voltar para o Brasil com sua mulher, precisa de um lugar para ficar e na casa de sua mãe já está um aperto. Ele começa a perceber as novas oportunidades e novos caminhos que estão aparecendo e com o propósito de dar mais conforto a sua família, ele decide ir morar sozinho.
   Sem companhia, ele nos contará através de uma máquina de escrever como é sua novas rotina, as novas paqueras que estão entrando e saindo de sua vida e também nos relata de forma cômica algumas experiências por profissões que Rino brevemente se aventura.
   É nesse momento que começa a mudar sua visão sobre o mundo e nos mostrar a transição entre um Rino “imaturo” até o Rino que conhecemos em Verme.


   Novamente vamos acompanhar a crítica ao atual mundo literário que Jim Carbonera faz, mas dessa vez veremos isso de uma forma mais leve e indireta, colocando na balança os valores de um escritor que tenta refletir e um escritor que tenta vender.
   Fica claro que neste livro Rino ainda não amadureceu totalmente e em alguns momentos pode ser comparado a um adolescente descobrindo o mundo, mas em nenhum aspecto a escrita madura do autor deixa a desejar, o que até surpreende quando um autor já tem sua técnica de escrita e sai da sua zona de conforto para abordar uma outra vivência da qual está acostumado a escrever. Jim não precisa escrever e descrever sentimentos, apenas com uma frase ele nos joga para dentro da história e nos faz sentir toda a carga emocional do momento.


   Em uma breve passagem do livro, Jim mostrou um lado do qual eu não conhecia, ele soube descrever os sentimentos de uma mulher (não que eu os entenda perfeitamente), mas em um diálogo ele soube expressar bem o drama que algumas mulheres sofrem em relacionamentos, e também trouxe a questão da diferença etária à tona e como o papel do homem é visto como vantagem em relação ao da mulher... Mas é claro, o autor nos expõe isso sem perder o seu gingado, do mesmo jeito que ele se mostra sensível já na pagina seguinte vemos a “masculinidade crua” da escrita de Jim. 

Até a próxima Ledores! 

08 março 2017

Filmes de Fevereiro de 2017

Pega a pipoca e vem que hoje o post é sobre todos os filmes que vi em Fevereiro de 2017! Para ler a sinopse, só clicar no nome do filme.

Que chovam as pedras, mas La La Land não me conquistou assim como conquistou o mundo. Fui com muita sede ao pote e não consegui me identificar e amar o filme. Mas o problema certamente foi comigo, porque o filme é um presente para quem é viciado em cinema. Ele tem qualidades técnicas impecáveis: fotografia, roteiro, atuações, figurino, etc... Enfim, é o filme que enche o diretor de orgulho por fazer o seu papel muito mais que bem feito, levando 14 indicações ao Oscar.


Sem efeitos especiais gastos com guerras, lutas e máquinas inteligentes, o filme cumpre muito bem o seu papel dentro do gênero, retratando a inteligência artificial de uma forma original e sincera. Preparei um post separado pra esse filme, clica aqui.


O filme conta com Sandra Bullock, tom Hanks e Max von Sydow, grandes nomes do cinema, porém, tudo o que consegui perceber além desses nomes não aproveitados, foram os usos de métodos clichês para forçar o espectador a se emocionar. Tentaram me fazer chorar, mas foi uma tentativa em vão. Fora isso, o filme não tem nada de novo e tem uma fotografia simples.  


Adaptado do livro de Paula Hawkins de mesmo título e protagonizado por Emily Blunt (a eterna secretária de Miranda Priestly), esse filme trás uma história original e conta com atuações maravilhosas. Do segundo ato até o final, o enredo se perde um pouco na própria história e causa um desconforto no telespectador devido seu mistério. Particularmente, me surpreendi com o filme apenas por não saber absolutamente nada sobre ele, mas acredito que se tivesse criado muita expectativa acabaria me decepcionando com alguns aspectos apresentados que me incomodaram por serem muito previsíveis.


Ganhador do Oscar de "Melhor Filme", essa obra de arte é um verdadeiro exemplo na quebra de tabus. O filme conta a história de Chiron, jovem, pobre, negro e gay, que nasceu no mundo das drogas e logo na infância já é vítima bullying. A realidade do filme é bem complicada para um leigo como eu falar, mas é chocante e trágico ver o desenrolar da história que se passa em uma periferia. Tudo no longa é trabalhado perfeitamente para expressar uma crueza dos detalhes dessa realidade, assim como as atuações que foram incríveis dentro das limitações dos personagens. O filme não precisa forçar enredo para ser chocante porque na sua própria simplicidade de ritmo ele já cumpre muito bem o quesito.


Quinto filme da saga, em Guerras de Sangue não vemos nada de novo em relação aos filmes anteriores. A sequência começa a apresentar que a franquia já está dando seus sinais de fraqueza. Fora a rotina de guerra criada entre os vampiros e lobisomens, o filme não decepciona os fãs amam o universo de Anjos da Noite e que gostam de ver muito sangue sendo derramado.


Apesar de ser lançado em 2014, fotografia, cenário e figurino formam um clima e ambiente de época. A história pode ser muito semelhante a "O Homem Duplicado (de 2013)", mas sua confusão é mais densa porque é constante a dúvida sobre qual realidade o protagonista está. Jesse Eisenberg contribuiu com uma atuação maravilhosa em seus dois personagens que são de personalidades completamente opostas. O filme tem um grande poder de reflexão, mas me decepcionei por tão ter conseguido entendê-lo completamente, por isso entrou na gavetinha para reabrir daqui uns anos. Mas por agora, se você gostou de "O Homem Duplicado ", provavelmente irá gostar de "O Duplo".


Até a próxima Ledores!

02 março 2017

Série: Limitless (2015 – 2016)

   Brian Finch tem 28 anos e toda sua existência se resume a nada, sempre falhando na busca em fazer algo bom na vida. Até que conhece NZT, uma droga em forma de pílula que misteriosamente dá 100% de acesso à capacidade de seu cérebro. Ter acesso a toda inteligência é um preço alto a se pagar, e Brian percebe isso da pior maneira: após o efeito da droga passar, começam a aparecer os seus efeitos colaterais.
   Aí que o Senador Edward Morra entra na história e propõe uma parceria para Finch. Morra também é usuário e está um passo a frente da droga: ele desenvolveu a imunidade dos efeitos colaterais. Sua parte do acordo é fornecer injeções para Brian – que se destacará de qualquer outro usuário por ter imunidade – mas em troca, Brian terá que usar essas habilidades para ser seu bode expiatório dentro do FBI, do qual foi contratado como consultor devido à inteligência repentina.
   Mas ficará difícil para Brian jogar dos dois lados, já que dentro do FBI criará laços com Rebecca e outros agentes, além de começar a se envolver com os casos e se destacar por suas habilidades fornecidas pela droga, assim entrará de cabeça no mundo da investigação criminal e no dilema de que o Senador tem total controle sobre ele já que precisa fazer tudo para ter acesso à imunidade.



   Infelizmente a série foi cancelada ainda na primeira temporada, mas é uma ótima indicação para prolongar as suas experiências caso você tenha visto o filme "Sem Limites (2011)" e queira viver mais um pouco dentro desse mundo.
   Os episódios vão surpreendendo a medida em que os acompanhamos, os personagens são muito bem interpretados e seus textos são bem escritos. Vale ressaltar que assim como o clima policial investigativo, a série também usa muito a comédia para entreter quem assiste.
   Particularmente, não é o meu gênero favorito e não daria certeza se continuaria vendo a série, mas fiquei triste com o cancelamento. Era uma série boa, original e que poderia ter sido mais explorada. De qualquer forma, fica a indicação!


Até a próxima Ledores!