Montag é um dos bombeiros de uma sociedade cuja essa profissão não tem como função apagar incêndios, e sim o começá-los... Nessa distopia temos um governo opressor que proíbe qualquer forma de manifestação de opinião própria, e com isso, ler livros é uma forma de ato de crime extremamente ofensiva ao governo.
Guy Montag é casado com Mildred há tantos anos que nem se lembra de como se conheceram... Ela é igualmente alienada como todas as pessoas dessa sociedade que passam todas as horas de seus dias vendo televisão com programações obrigatórias fornecidas pelo governo, e de um tempo para cá isso começa incomodar Guy porque o fato de sua mulher ser tão obsessiva por remédios, televisão e conversas sem nexo algum começa a fazê-lo se questionar sobre a intensidade de sentimentos trocados entre ele e sua mulher...
É aí que aparece Clarisse, sua vizinha de dezesseis anos que é diferente de todo o resto da sociedade da qual Montag está acostumado. A jovem aparenta ser muito mais madura do que Mildred por fazer o que ninguém mais faz: indagar os "por quês" de tudo ao seu redor.
Aos poucos temos Guy se aproximando da menina e também compartilhar de suas filosofias, fazendo um homem maduro de uma hora para outra se tornar um menino em um mundo estranho... E a partir daí, queimar livros não se torna mais uma prioridade dentro de sua profissão, já que ele começa a perceber que esse governo é manipulador e sua destruição é justamente o que eles tanto proíbem: a opinião própria.
Através dessa nova linha de pensamento de Montag, conhecemos o personagem Faber que é um professor arruinado, que com diálogos profundas deixa claro para Montag que os "por quês" na sociedade em que vivem é um fator de extrema importância e que se eles estão fartos desse mundo artificial, terão que se unir e rumarem à um confronto direto com o governo que poderá arriscar suas próprias vidas... E a revolução começa por aí!
Que livro!
Provavelmente esse é o primeiro clássico que leio na vida, e posso afirmar que minhas aventuras pelo "gênero" só estão começando... De uma forma geral, esse livro é tão complexo que julgo impossível dar uma opinião concreta sobre a experiência que tive com Fahrenheit 451.
Nessa leitura, me vi perdido à tantas reflexões, criticas e questionamentos que ao terminá-la a forma perfeita de descrição sobre o que se passava em minha mente eram muitos, vários e inúmeros pontos de interrogação pairando na cabeça.
Personagens, enredo e escrita.
Todos os personagens são tão bem escritos que por ser um livro com poucas páginas, a densidade de cada um deles é tão imensa que faz o livro se tornar uma caixinha de surpresas, sem saber o que esperar a cada página.
O enredo em si é um tema ótimo levando em consideração a época em que o livro foi escrito. Ray Bradbury explora de uma forma romântica todas as críticas que a sociedade o despertava em sua juventude, que coincidentemente se encaixa com o mundo hoje. O autor na época nos relata de acordo com a sua imaginação como seria o mundo hoje, de como o governo estaria presente em todos os nossos atos e estaria sempre ao controle de tudo...
É sensacional todas as questões que ele coloca no livro ao descrever essa sociedade, e garanto que ao lerem vocês vão achar várias reflexões em uma só linha.
É sensacional todas as questões que ele coloca no livro ao descrever essa sociedade, e garanto que ao lerem vocês vão achar várias reflexões em uma só linha.
Por esperar a leitura de um livro de época me surpreendi com a estrutura simples e fácil de como esse autor escreve. Uma leitura bem fluída e com bastante aprendizado quando se trata de vocabulário.
Até mais Ledores!