Roberto Ledgard é um cirurgião plástico super conhecido, e mora com sua filha Norma, que possui sérios problemas psicológicos.
Quando era pequena, viu a suposta segunda morte de sua mãe. Já que a primeira, chegou a beira da morte com um incêndio no carro, mas sobreviveu graças a Roberto, que usou seu conhecimento em pele para aliviar a dor da queimação. E totalmente sem pele, parecendo um monstro, ela se olha no reflexo da janela e fica chocada com o que vê, não admite ser ela própria e acaba se jogando da janela, que é quando sua filha vê e fica aterrorizada com aquele monstro no jardim.
Depois de muitos anos, Norma ainda está em tratamento quando seu médico recomenda ao seu pai que leve a filha a uma festa, diz ele que ver pessoas e conversar com elas, pode ajudá-la já que a menina está praticamente sozinha há tanto tempo.
Nessa festa de casamento, ela conhece Vicente, que é um jovem aventureiro que não aguenta ficar fora de encrencas, e totalmente inocente, ela cai na história dele... Até que por fim, seu pai Roberto a encontra desmaiada no jardim, e quando a acorda, Norma vê o seu pai como o estuprador e não consegue mais olhá-lo sem gritar, já que ela passa a ver seu pai como o homem em que a violentou.
Então Roberto começa a elaborar o seu grande e único plano de vingança contra o real estuprador. E bastante atormentado e frio, ele não mede esforços e escrúpulos para que se sinta vingado.
Não é do meu hábito de costume me aventurar dentre esses filmes espanhóis, e comecei a ver esse filme não sabendo que era um. Mas no final, isso nem interferiu muito no que eu achei dele, mesmo achando esses tais filmes totalmente estranhos.
Li em algum lugar por aí, que o diretor desse filme disse que queria inicialmente fazer uma história de terror, só que sem gritos e sustos. Com sucesso! Não só um filme de terror, como também um misto de mistério e drama, que te deixa bastante assustado mesmo não tendo sangue, morte, luta, monstros fictícios, demônios etc etc etc. Gostei bastante disso, um filme que mesmo sendo bastante silencioso, é tão assustador quanto.
Nunca tinha visto um filme sequer com Elena Anaya, mas seu rostinho me pareceu bem familiar. Uma ótima atuação, soube se expressar em silêncio e soube dramatizar e enfatizar o sofrimento que passava.
Uma ótima dupla! Apesar de todos os acontecimentos do filme, achei que até formaram um belo casal dada as circunstâncias. Não poderiam ter escolhido atores melhores para o papel.
Também queria comentar aqui uma coisa que não vejo em muitos filmes, aliás, nunca vi. Mesmo tendo algumas horas para contar uma história de anos, esse filme também tem uma outra história secundária. É bem curta, mas que de um jeito ou de outro interferem na história central. E que talvez até, nem seja tão secundária assim. Esse louco ai da foto é filho da mulher a sua frente, dá pra acreditar? Eles não se vêem há anos e blá blá blá.
Cá entre nós, é um filme extremamente perturbador e pesado. Com flashbacks da atualidade e de seis anos atrás, te atinge em cheio no psicológio e te faz pensar e refletir sobre coisas que jamais iria pensar. Gostei bastante desse filme tão comum mas tão estranho. Lógico que se fosse pra recomendar, recomendaria outros melhores. Mas recomendo esse mesmo assim.